sábado, 27 de outubro de 2012

(((d-_-b))) Dave Matthews Band


Não é uma idéia nova sugerir que nós nascemos sozinhos e vamos deixar esta vida sozinhos, nem é original descrever nossos corpos como vasos que contêm nossos espíritos, nosso verdadeiro eu. O título do oitavo álbum de estúdio da Dave Matthews Band, assim como a obra, é derivada deste conceito.
A capa apresenta 9 caracteres, separados por caixas, em diferentes estados emocionais. Amor em suas muitas manifestações é o elemento que rompe os muros que nos separam. Como eu disse, não há novas idéias aqui, mas o tema é rico o suficiente para permitir explorar diversas sensações.

Certamente Matthews e sua banda têm motivos para refletir temas profundos. Em 2008, eles perderam o membro fundador LeRoi Moore, fato que fez a banda repensar sua atitude sobre a sua direção musical. Seu último álbum, "Big Whiskey and the King GrooGrux", foi dedicado a ele e acabou virando uma grande homenagem póstuma ao músico.


Em "Away from the World" eles voltam às suas origens, convidando Steve Lillywhite, produtor do primeiro álbum da "DMB" (como seus seguidores e admiradores chamam a banda). Nesse novo trabalho, eles mudam o foco, revelando uma banda confortável com seu legado, ainda que disposta a seguir experimentando e trilhando caminhos não tão óbvios.


Baladas de amor sempre foram marcantes na trajetória da DMB e Matthews está em um de seus melhores momentos como compositor e letrista.  O disco soa mais coerente e encantador, apostando na simplicidade como as faixas "Sweet" que começa apenas com os vocais de Matthews e um ukulele e em “Belly Full” com a guitarra acústica ao fundo.

“Broken Things”, “Belly Belly Nice” e “Mercy” (primeiro single do disco) as 3 músicas iniciais do álbum, soam como uma volta no tempo. Lembram o som que a banda produzia nos anos 90 mas agora temperadas pelo amadurecimento dos caras.

O buraco deixado por LeRoi Moore nos instrumentos de sopro, aqui é preenchido de forma competente por Jeff Coffin, do "Bela Fleck & The Fleck Tones" (banda meio irmã mais velha da DMB que, inclusive, dividiu os palcos com eles por mais de uma vez em performances pra lá de inesquecíveis).


"Away from the World", em linhas gerais, surpreende pela suavidade. A agressividade da DMB, com os sopros, a bateria virtuosa de Beauford e os riffs de Matthews aparecem raramente, em trechos de canções como a épica "Drunken soldier", que fecha o disco ao som de sopros de inspiração mariachi, ou "Rooftop" e "Snow outside", que terminam com as típicas jam sessions da banda. Depois de duas décadas de excessos, os veteranos mostram que sabem simplificar, mantendo o nível das composições e sua melhor assinatura.


Voltando no tempo, destaco uma das músicas que mais me chama a atenção no repertório da DMB - "The Space Between" lançada no disco "Everyday" de 2001. O video foi dirigido por Dave Meyer, um dos nomes mais cogitados do mercado, vencedor do Grammy e VMA.




Foto e video: Dave Matthews Band divulgação

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