Era pra ser um dia normal de trabalho... até ouvir Maria Gadú!
No alto do Morro da Cruz, as cores de um pôr-do-sol impecável invadiam os vidros dos estúdios durante o Fim de Tarde Itapema FM, programa que coloco no ar todos os dias. Começam os acordes do violão da cantora e sua voz suave anuncia a canção. Por um momento a música tomou conta de cada espaço, cada cor nos vidros à minha frente. Fui me desligando, deixando fluir a emoção de voltar no tempo e aos poucos, se fez a sintonia de ouvido, mente e coração. O cheiro do café na mesa me levou pra casa em um tempo em que a música era presente em piano de mãe, violão de irmã e voz de pai. Um tempo feliz. Cada entonação de cada palavra cantada tinha seu peso e seu valor.
"Tudo que move é sagrado e remove as montanhas com todo o cuidado meu amor... abelha fazendo o mel vale o tempo que não voou a estrela caiu do céu o pedido que se pensou o destino que se cumpriu de sentir seu calor e ser todo. Todo dia é de viver para ser o que for e ser tudo".
"Amor de Índio", de Beto Guedes e Ronaldo Bastos é uma das faixas do disco "Mais uma Página" novo trabalho de Maria Gadú. Um dos méritos de um grande artista é colocar sua assinatura quando interpreta, o que a cantora fez com muita sensibilidade.
O álbum é uma continuação de seu disco de estréia e revela o resultado de novas amizades e parcerias ao longo da trajetória da cantora. Entre as melhores faixas está o dueto com Lenine em "Quem", "Oração ao Tempo" a homenagem ao amigo Caetano Veloso e antenada no mundo da música, se uniu ao compositor norte-americano Jesse Harris, autor de "Don’t Know Why" (Norah Jones) e com ele, Maria Gadú compôs "Like a Rose" e ainda sacou "Long Long Time" do repertório do parceiro, ambas belas canções.
Foto e video: Maria Gadu divulgação
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