quarta-feira, 7 de novembro de 2012

(((d-_-b))) Coldplay Live 2012


Nove anos se passaram e finalmente o Coldplay invade a grande tela. Em uma noite especial, mais de 50 países irão exibir o filme "LIVE 2012" na íntegra na noite de 13 de novembro. Pela primeira vez, os fãs vão poder experimentar um show da banda com muita tecnologia e uma fantástica qualidade de som e imagem nos cinemas.


O filme celebra a turnê mundial do último disco "Mylo Xyloto", que já foi vista por mais de 3 milhões de pessoas desde que começou em junho de 2011. "LIVE 2012" passeia por Paris, Montreal e o incrível show do ano passado na "Pyramid Stage headline" no Glastonbury Festival.


O vocalista da banda Chris Martin, disse que a turnê tem sido a mais divertida que já fizeram desde o começo, principalmente por causa do público que surpreende os músicos a cada apresentação, se tornado parte do show.

Voltando no tempo e observando a trajetória dos caras em seus shows, fica claro que é quase que uma marca registrada de Chris em cena, sua entrega é inteiramente ligada a reação do seu público. Ele recebe essa energia e a devolve imediatamente cativando a todos na platéia. Chris é conhecido pelo seu carisma, ofício de um bom líder que conduz, interage e se alimenta desse retorno, ele é definitivamente a alma do Coldplay.


No início do ano Chris Martin chegou a dizer que havia se arrependido de batizar o novo disco de “Mylo Xyloto”, mas se rendeu ao convite de Mark Osborne (amigo da banda e co-diretor do filme "Kung-Fu Panda"). Osborne disse ao jornal inglês “The Guardian” que pretendia fazer um filme de animação com a história de Mylo, o projeto acabou se tornando a base do disco e da atual turnê do Coldplay e, agora, dos quadrinhos. A ideia do filme, no entanto, ainda não foi descartada. A revista sairá em 6 edições, a primeira foi apresentada durante a "Comic Con" e o resto da história chegará às bancas a partir de fevereiro de 2013.


Um exemplo dessa interação é o video "Hurts Like Heaven" que conta a história dos cidadãos da cidade "Silencia", que resolvem colorir um mundo (que não pode haver cor nem barulho) com as próprias mãos. A partir daí, começa uma grande aventura e uma perigosa fuga para escapar dos soldados de Major Minus, os Silencers. O clipe é um convite a viajar nesse universo criado especialmente para os quadrinhos.


"LIVE 2012" pontua a colorida performance do Coldplay com retratos simples da banda. O produtor do projeto Paul Dugdale junto a "JA Digital" destaca no filme, como a banda removeu a “barreira” entre o palco e o público. Disse que criou uma turnê de maior alcance, um "caleidoscópio de 90 minutos de emoção". Seu principal objetivo foi alcançado - manter os olhos do público bem abertos e o coração acelerado.


Os bons momentos do disco "Mylo Xyloto", que certamente ganham destaque em "Live 2012", são "Paradise" (lançada em video essa semana diretamente do novo DVD), "Princess of China" com a participação de Rihanna, "Charlie Brown" (cujo video é produzido pelo grande Brian Eno) e a incrível "Us Against the World".


Foto e video: Coldplay divulgação

terça-feira, 30 de outubro de 2012

(((d-_-b))) Projeto CComa Renova a Música Brasileira ao Som de Tambores, Jazz e Música Eletrônica


Nascido nas montanhas do Sul do Brasil, o projeto do trompetista Roberto Scopel e do percussionista e produtor Swami Sagara, embalados pela sonoridade tupiniquim e tribal, flertam com ritmos latinos e atravessam oceanos para chegar à África e aos recantos do Marrocos nessa precisa união do jazz com a música eletrônica e os tambores. As especiarias do país tropical com "approach eletrônico", introduzindo o raro "Hang Drum" ao trompete, criando o que eles chamam de "Future Jazz".


Meu amigo, Dj e produtor Thon Soriedem, me apresentou o álbum "Peregrino", terceiro trabalho do "Projeto CComa" e de lá pra cá não paro de ouvir. Uma notável capacidade de inovação que foge do óbvio e de rótulos afirmando a construção de um estilo próprio, uma assinatura.


O disco de estréia veio em 2009 "Das CComa Projekt" mas em 2010, foram indicados ao Prêmio da Música Brasileira 2012, em "Melhor Álbum Eletrônico", pelo disco "Incoming Jazz".


Produziram o celebrado documentário "Profissão Músico" em 2011 em parceria com o cineasta colombiano Daniel Vargas. O filme, adquirido pelo Canal Futura, foi realizado nas ruas do Brasil, Colômbia, Uruguai, Alemanha e Grécia. O projeto foi buscar depoimentos de músicos e produtores: Djs como Anderson Noise e Ravin, músicos como Edgar Scandurra, Fernando Catatau, Naná Vasconcelos, e Pedra Branca. Eles contam como fazem sua vida e sua profissão e ainda comentam as mudanças que aconteceram na música após a revolução causada pelo MP3 e pelo download gratuito.


Um time de primeira foi convidado para "Peregrino", o CComa contou com o recifense Di Melo (O Imorrível), que contribui com seus vocais no afrobeat “Xangô é Rei”, os vocalises de Zeca Baleiro, reverenciando suas raízes em “Cosmopolita”, Luciano Sallun, que toca baglama em “Grand Bazaar”, e o DJ e produtor Moises Matzenbacher, que assina a co-produção do CD.


A arte do disco é um detalhe à parte. A artista argentina radicada em Londres Kinska Ch, colabora entrando em sintonia com o universo estético multicultural e multireferencial do duo.


Foto e video: Projeto CComa divulgação


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

(((d-_-b))) Mick Hucknall Revela suas Raízes em American Soul


Quando acabou o Simply Red em 2010, Mick Hucknall arregaçou as mangas e começou a trabalhar em um disco de composições originais, vale lembrar que ele era o único compositor da banda. Logo, recebe um convite de Ronnie Wood, dos Rolling Stones, para substituir Rod Stewart em um concerto beneficente que ele faria com sua antiga banda, "The Faces".

Ao mesmo tempo, Charlie Watts, também dos Stones, chamou Mick para cantar algumas canções na banda de "Boogie Woogie" dele. O elo entre essas participações foi justamente um repertório de "R&B" clássico. Quando terminou seu primeiro disco, Mick percebeu que gostava tanto de fazer estas releituras que veio a pergunta: Por que não gravar um disco revisitando canções antigas de "R&B"?
Assim tem início uma verdadeira jornada para elaborar essa coletânea junto ao produtor Andy Wright.
Mick começou a colecionar discos desde quando tinha 11 anos, então pesquisou seus favoritos e fez uma pequena lista, depois começou o árduo trabalho de filtrar tudo para chegar ao resultado final.


Mick Hucknall se apresentou com o Simply Red por 25 anos, em uma nova fase, sentiu que precisava dar um passo adiante e produzir algo novo. A banda fez uma grande turnê de despedida em 2010 (citados anteriormente aqui no BLOG) e desde então Mick vem compondo e gravando. Trata-se de um caminho natural na carreira solo do cantor que estreou com um disco em homenagem ao bluesman "Bobby Bland", em "Tribute to Bobby", lançado em 2008, quando o Simply Red ainda existia. O destaque é "Farther up the Road" (no video a especial presença de Jools Holland ao piano).


Em “American Soul”, os covers escolhidos são os mesmos que os Stones e os Beatles interpretavam nos anos 60: Arthur Alexander, Otis Redding, Jimmy Reed... Caras que foram os alicerces do Rock'n'roll. Sem o "R&B" americano, não haveria Stones, ou Beatles, ou Hendrix ou Led Zeppelin. O interessante a se observar nesse novo trabalho é o cuidado do cantor ao interpretar as canções, ciente de que está em 2012, não em 1963. Antenado e experiente, deu aos clássicos da "Stax" e da "Motown" uma sonoridade mais contemporânea, abraçando suas raízes sem decepcionar seus fãs.


O primeiro single é a canção de Otis Redding "That's How Strong My Love Is" que reflete a alma do disco (Lançada ao vivo no "Live in Hyde Park" como convidado da "BBC Radio 2"), entre outras pérolas como "I’d Rather Go Blind" e "Don’t Let Me Be Misunderstood".


 Mick Hucknall se apresentou recentemente no "Ceará Music Festival 2012" levando o público brasileiro ao delírio com seus antigos sucessos e o novíssimo “American Soul”. O músico Inglês revelou em entrevista que adora voltar ao Brasil, um dos seus lugares favoritos para tocar. Estiveram aqui, pela primeira vez, em 1988. Disse que um dos momentos mais marcantes de sua carreira foi tocar para mais de 120 mil pessoas no Rio, todos cantando em coro “Holding Back The Years”. Sua paixão pelo Rio de Janeiro resultou na escolha da cidade maravilhosa para as locações do video de “Sunrise”.


"Wonderland" é um dos clássicos da Simply Red, ganhou um clima acústico ao piano no DVD "Stars Classic Albums" que conta a história desse antológico disco. Nessa versão o destaque é a voz pura de Mick Hucknall. Entenda porque ele é considerado um dos maiores vocalistas de sua geração.


Foto e video: Mick Hucknall e Simply Red divulgação

domingo, 28 de outubro de 2012

(((d-_-b))) Mark Knopfler Privateering


"Privateering" é o primeiro álbum duplo de Mark Knopfler em uma carreira musical de 35 anos. Parece que quanto mais o tempo passa, mais o músico escocês criado na Inglaterra quer escrever e experimentar, gravar e tocar ao vivo, traduzir de maneira certeira seu atual momento de criação e entrega a sua música.

O líder da extinta Dire Straits é um sobrevivente, sua banda acabou faz tempo e desde então, o músico gravou diversos álbuns solos e trilhas para filmes, se distanciando cada vez mais do som que o consagrou e o tornou conhecido em todo o mundo.


 Mark Knopfler é simplesmente um dos melhores e mais distintos talentos fazendo o que faz de melhor. Suas influências ficam claras nesse disco, uma fusão de rock, country, blues e as sonoridades celtas que absorveu durante sua infância e adolescência, passadas em Newcastle, no nordeste da Inglaterra.


Gravado em Londres, "Privateering" é assim como o disco anterior (Get Lucky), uma prova consistente e indiscutível da maturidade artística de Knopfler.

A lenda viva contou com um vasto time de músicos, que além dos instrumentos mais usuais, integraram clarinetes, flautas, acordeons e cítaras, dando a cada faixa um clima exótico. Mark Knopfler ainda conta com participações especiais, como Kim Wilson, do "The Fabulous Thunderbirds", Tim O'Brien, a cantora Ruth Moody, do "The Wailin'Jennys", Paul Franklin e Phil Cunningham.


Todos os momentos de “Privateering” são detalhados, uma obra feita para ser apreciada lentamente. O resultado é um álbum repleto de tradição, artesanal e artística, ofício de quem tem a habilidade visionária de um compositor mestre.

Uma de suas músicas que não sai do meu Playlist desde a primeira vez que ouvi é a incrível "Coyote", faixa do disco "The Ragpieker’s Dream", seu terceiro trabalho, de 2002.


Foto e video: Mark Knopfler divulgação

sábado, 27 de outubro de 2012

(((d-_-b))) Dave Matthews Band


Não é uma idéia nova sugerir que nós nascemos sozinhos e vamos deixar esta vida sozinhos, nem é original descrever nossos corpos como vasos que contêm nossos espíritos, nosso verdadeiro eu. O título do oitavo álbum de estúdio da Dave Matthews Band, assim como a obra, é derivada deste conceito.
A capa apresenta 9 caracteres, separados por caixas, em diferentes estados emocionais. Amor em suas muitas manifestações é o elemento que rompe os muros que nos separam. Como eu disse, não há novas idéias aqui, mas o tema é rico o suficiente para permitir explorar diversas sensações.

Certamente Matthews e sua banda têm motivos para refletir temas profundos. Em 2008, eles perderam o membro fundador LeRoi Moore, fato que fez a banda repensar sua atitude sobre a sua direção musical. Seu último álbum, "Big Whiskey and the King GrooGrux", foi dedicado a ele e acabou virando uma grande homenagem póstuma ao músico.


Em "Away from the World" eles voltam às suas origens, convidando Steve Lillywhite, produtor do primeiro álbum da "DMB" (como seus seguidores e admiradores chamam a banda). Nesse novo trabalho, eles mudam o foco, revelando uma banda confortável com seu legado, ainda que disposta a seguir experimentando e trilhando caminhos não tão óbvios.


Baladas de amor sempre foram marcantes na trajetória da DMB e Matthews está em um de seus melhores momentos como compositor e letrista.  O disco soa mais coerente e encantador, apostando na simplicidade como as faixas "Sweet" que começa apenas com os vocais de Matthews e um ukulele e em “Belly Full” com a guitarra acústica ao fundo.

“Broken Things”, “Belly Belly Nice” e “Mercy” (primeiro single do disco) as 3 músicas iniciais do álbum, soam como uma volta no tempo. Lembram o som que a banda produzia nos anos 90 mas agora temperadas pelo amadurecimento dos caras.

O buraco deixado por LeRoi Moore nos instrumentos de sopro, aqui é preenchido de forma competente por Jeff Coffin, do "Bela Fleck & The Fleck Tones" (banda meio irmã mais velha da DMB que, inclusive, dividiu os palcos com eles por mais de uma vez em performances pra lá de inesquecíveis).


"Away from the World", em linhas gerais, surpreende pela suavidade. A agressividade da DMB, com os sopros, a bateria virtuosa de Beauford e os riffs de Matthews aparecem raramente, em trechos de canções como a épica "Drunken soldier", que fecha o disco ao som de sopros de inspiração mariachi, ou "Rooftop" e "Snow outside", que terminam com as típicas jam sessions da banda. Depois de duas décadas de excessos, os veteranos mostram que sabem simplificar, mantendo o nível das composições e sua melhor assinatura.


Voltando no tempo, destaco uma das músicas que mais me chama a atenção no repertório da DMB - "The Space Between" lançada no disco "Everyday" de 2001. O video foi dirigido por Dave Meyer, um dos nomes mais cogitados do mercado, vencedor do Grammy e VMA.




Foto e video: Dave Matthews Band divulgação

(((d-_-b))) Fernanda Takai Fundamental


Depois de tanto tempo ao lado da banda Pato Fu, a cantora Fernanda Takai aposta em projetos solo alcançando a merecida repercussão e popularidade como artista, instrumentista e letrista.
Um convite de última hora causou o primeiro encontro com Andy Summers (The Police). Apaixonado por bossa nova e pelos ritmos brasileiros, ele estava no Rio de Janeiro, em 2010, gravando o DVD "United Kingdom of Ipanema", com Roberto Menescal e outros músicos. Foi quando ouviu "Onde Brilhem os Olhos Seus", o primeiro disco solo da cantora, onde ela interpreta canções que ficaram famosas na voz de Nara Leão, despertando a atenção do músico inglês, que a convidou para acompanhá-lo em "Insensatez" de Tom Jobim. Summers compõs algumas canções com a voz dela em mente e queria que fizessem um álbum completo. O resultado desse reconhecimento foi o novo trabalho, "Fundamental".


Fernanda recebeu 18 músicas, depois mais 7, mas só 11 faixas entraram no disco, 5 em português, por sugestão da cantora que contou com a parceria de Zélia Duncan e do marido e integrante do Pato Fu, John Ulhoa para ajustar e colaborar com o projeto. As gravações de voz aconteceram em fevereiro, na Califórnia, ela passou 11 dias no estúdio para registrar todas as músicas em inglês, as cinco versões em português e uma versão da canção que dá nome ao trabalho, em japonês.


Tive a oportunidade de receber Fernanda Takai no estúdio da Itapema Fm comigo abrindo o "Fim de Tarde Itapema" em clima de voz e violão na canção "Debaixo dos caracóis dos seus cabelos" quando veio para o show "Luz Negra" inspirado no disco "Onde Brilhem os Olhos Seus". Fui surpreendido com sua simpatia e generosidade quando me convidou para um dueto durante sua participação na rádio e depois, mais tarde, no show. Claro que aceitei.


O DVD "Luz Negra" é um registro muito bem produzido do show que percorreu diversas cidades do Brasil e também no Japão, conquistando público e crítica.  
O trabalho ganhou o VMB (Video Music Brasil) na categoria Melhor Artista de MPB e o Prêmio Bravo! Prime de Cultura na categoria Melhor Show, ambos em 2009. Em 2010, levou o prêmio de Melhor DVD no Prêmio da Música Brasileira.


Essa semana, Fernanda Takai e Andy Summers foram os convidados do projeto "Itapema Convida" onde Pedro Leite, Coordenador da rádio Itapema FM, mediou o bate-papo, que foi conduzido por perguntas feitas pela própria platéia, e pontuado por músicas do repertório da cantora que atendeu a pedidos em "Message in a Bottle" do The Police, e até mesmo uma versão em japonês da canção "O Barquinho". O músico Marcos Suzano (que toca no disco), mago da percussão, estava presente e foi convidado a subir ao palco completando o time. Que maravilha de noite! A praia de Jurerê Internacional foi o cenário perfeito para esse encontro.


Apresentações no exterior, só no ano que vem. O show passa pelas principais cidades brasileiras até ter uma pausa, já que Summers vai se dedicar a um documentário e Fer­­nanda volta a gravar com o Pato Fu. Nas gravações do disco "Fundamental", o registro desse encontro que segundo a cantora, é só o começo!


Foto e video: Fernanda Takai e Itapema Fm divulgação

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

(((d-_-b))) Os Pet Shop Boys Lançam Elysium


Não é novidade que a música eletrônica ganhou dimensão e saiu das pistas em diversas direções, do jazz ao soul e até a bossa nova. As releituras dão um ar sofisticado e novo ao mercado musical a algum tempo mas o fato é que esses caras são a "pré-história" dessa história.

Os Pet Shop Boys são considerados por muitos um dos grandes nomes da música pop eletrônica devido às letras inteligentes e à ousadia de muitos de seus arranjos.
A dupla Neil Francis Tennant e Christopher Sean Lowe se conheceram em 81, numa loja de discos, Neil trabalhava como crítico musical e Chris estagiava como arquiteto. O curioso é que de um simples bate-papo sobre gostos musicais surgiram os Pet Shop Boys, inspirados por seus melhores amigos que trabalhavam numa loja de animais de estimação em Londres.


De lá pra cá foi uma coleção de sucessos e singles e a obra não pára por aí, produziram discos e faixas colaborando para nomes como Dusty Springfield, Robbie Williams, Elton John e Madonna e ainda trilha para o balé "The Most Incredible Thing" baseado no conto do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, onde nunca a trilha sonora de um balé soou tão contemporânea e flertou tanto com o universo da "dance music".
Em Abril de 2009, eles foram homenageados no Brit Awards, fizeram uma apresentação histórica ao lado de Lady Gaga e Brandon Flowers do The Killers.


Agora com 11 discos de estúdio e 30 anos de carreira, eles revelam em "Elysium" que sua música é capaz de aceitar novas variações estéticas e experimentais, coisa que a dupla faz muito bem. Ao longo de 12 novas canções, conjugam timbres, melodias e imagens num todo muito sedutor, como nas faixas que abrem o disco "Leaving" e "Invisible", boas portas de entrada para o álbum, provam que os Pet Shop Boys continuam hábeis cronistas das relações amorosas (tanto no relato de uma separação como no dos dissabores da rotina). O tom mantém-se habitualmente sereno, com um elegante formato "midtempo" lembrando o clima do aclamado álbum "Behaviour" de 1990 celebrado na MTV americana no video "Being Boring".


Entre momentos de eletrônica contemplativa e pontuais acessos orquestrais, "Elysium" foi gravado em Los Angeles, com produção de Andrew Dawson que apesar de produzir Nas e Jay-Z, torna mais evidente a assinatura dos artistas do que a do produtor.
Mais por poucos detalhes do que pelas faixas no seu todo, "Elysium" arrisca-se a passar por música de fundo de eventos chiques, com a dupla a cair num ambiente mais ameno e reflexivo do que aquele a que nos habituou, e que alguns dizem continuar a preferir.
No começo de Setembro de 2012 os Pet Shop Boys se apresentaram no Electronic Beats lançando o novo disco no Hebbel Theatre em Berlim.


Foto e video: Pet Shop Boys divulgação




terça-feira, 23 de outubro de 2012

(((d-_-b))) Club Des Belugas


Um dos melhores representantes do requintado Nujazz Alemão. Do Lounge ao Soul Americano, da percussão Brasileira ao vintage, revisitando os anos 60 e 70 e tudo muito bem temperado com criatividade e bom gosto.
Começaram em 2002 na Alemanha e desde então, se tornaram um dos nomes mais cogitados de seu país e muitos afirmam, de toda a Europa.
A dupla Maxim Illion & Kitty the Bill contam com vocalistas experientes, nomes como o cantor de jazz Iain Mackenzie e Anne Schnell (integrante da Jojo Effect) entre outros, aparecem como convidados especiais.


O Club des Belugas iniciou sua carreira em 2002 com seu primeiro álbum "Caviar at 3 a.m." começando a chamar atenção no cenário musical Alemão, mas em 2003, com o lançamento de "Minority Tunes", segundo álbum, foram destaque nas rádios e Top 10's da Alemanha. Em 2006, o Club des Belugas recebe boas críticas e ganham a Europa no celebrado álbum "Apricoo Soul" iluminado pelas faixas "Wildcats gotta move" e o remix na voz de Dean Martin "Mambo Italiano".


Tive o prazer de conhecer o som da banda no incrível "Swop" que é um daqueles discos para se ouvir do começo ao fim, só colocar e deixar rodar. É simplesmente imprescindível conhecer os 6 álbuns lançados para os antenados em boa música. Muitas faixas do Club des Belugas foram licenciadas para compilações mundo à fora, como "Hotel Costes", "Bazilectro" e "Claude Challe presents" e ainda comerciais de TV para marcas importantes como "Mercedes-Benz", "BMW", "Honda", "Nivea" e "Samsung".


No novo álbum "Forward", eles trazem uma variedade de instrumentos e orquestrações, mas com muita habilidade. O resultado é muito bacana ao combinar intrumentos como contrabaixo, piano, trompete e saxofone com um sabor contemporâneo.
Um convite aqueles clubes de Jazz muito chiques na época de ouro, como sugere o ambiente das faixas "Close Your Eyes" e "Lovin Sweet" ou a "la Frank Sinatra" em "Is This Real" onde o sabor do "Downtempo" é feito com elegância clássica.


Foto e video: Club des Belugas divulgação

sábado, 4 de agosto de 2012

(((d-_-b))) Joss Stone Soul Sessions


Há quase 10 anos, uma garota inglesa entrava em estúdio para gravar um disco de covers em uma pequena gravadora. "Soul Sessions" foi só o começo para Joss Stone que, desde aquela época, já tinha uma voz naturalmente perfeita para a "Soul Music". Guiada pelo produtor Steve Greenberg, a menina de 15 anos conheceu a fama e o sucesso, com canções como "Super Duper Love" e "Some Kind a Wonderful". O DVD "Mind Body & Soul Sessions" é uma boa pedida para curtir esse início, com mais intimidade.


Aos 25 anos, linda e bem-sucedida, agora com seu próprio selo (Stone’d Records), a cantora que tem um "Grammy" na estante e vendeu mais de 11 milhões de discos pelo mundo, retoma o projeto com o qual iniciou sua carreira.


Para revisitar seu primeiro disco, Joss Stone buscou novamente a parceria com Steven Greenberg e diz que escolheu as canções de "Soul Sessions Vol.2" a partir de uma lista elaborada por ele, que foi o cara que organizou as primeiras "Soul sessions" registradas no primeiro álbum e ainda revela que os dois escolheram as canções praticamente na hora de entrar no estúdio em Nashville.


No primeiro dia de gravação, a cantora encarou “Teardrops” (sucesso dos anos 1980 da dupla Womack & Womack), que acabou sendo a sua favorita no disco. O primeiro single é a balada “While you’re out looking for sugar”, dos Honey Cones, primeira faixa disponibilizada oficialmente em video.


"The High Road" é uma releitura da banda americana de "Rock indie" Broken Bells. Entra em cena o som puro e orgânico da banda de Joss. Violão, baixo e sua voz que ilumina tudo evocando um caminho maior para uma vida mais elevada. A identificação dela com a letra talvez venha do rompimento do contrato com a poderosa "EMI", no ano passado. Como ela mesma explica no vídeo, depois que tomou a decisão de se “libertar” do esquema das grandes gravadoras e lançar seu próprio selo, Joss pode ir além - deixar de ver a música como “trabalho” e vê-la com “prazer”, encontrando espaço para espontaneidade, criatividade e liberdade.


 "(For God’s Sake) Give More Power to the People" é certamente o tipo de música onde ela se sente mais a vontade. A canção da banda "Chi-Lites" tem aquela energia vibrante e swingada, a "deixa" perfeita para quem sabe improvisar e criar como poucas. As baladas "The Love We Had (Stays On My Mind)" e "I Don't Want To Be With Nobody But You", soam como um convite para fechar os olhos e aumentar o som, mergulhando na atmosfera sugerida pela interpretação de Joss.

O álbum termina com a suave "Then You Can Tell Me Goodbye". A simplicidade do arranjo vem do dedilhado no violão e um violino. Joss Stone prova que pode fazer bonito mesmo quando não usa todo o alcance de sua voz.
"Soul Sessions Vol.2" é um novo nível de maturidade em evidência, um impressionante exercício de equilíbrio vocal, paixão e poder.


Foto e video: Joss Stone divulgação

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

(((d-_-b))) O Produtor Musical Ajad na Trilha para a CIA de Dança Italiana Kataklò


Assisti ao espetáculo "Play" da Companhia de Dança Italiana Kataklò e fiquei não só impressionado com a qualidade do show mas pricipalmente com a trilha sonora. A perfeita união de música, esporte e dança, tudo muito bem afinado com a assinatura do produtor musical Ajad.Um artista versátil, Ajad é um músico, compositor e produtor que é constantemente envolvido na modalidade de pesquisa de expressão do potencial humano ilimitado. Ele estudou música, psicologia, psicossomática e técnicas praticadas em disciplinas, incluindo: Yoga, Aikido, Zazen, Tantra e Reiki. Experimentou os efeitos da música em condições de privação sensorial, produziu diversas trilhas de relaxamento colaborando com o Departamento de Bio-acústica da Universidade de Pavia, na Itália.


Na trilha sonora criada especialmente para "Play", Ajad construiu uma verdadeira viagem musical junto a coreografia: sons intensos, que vão desde vigorosos momentos épicos a atmosferas irresistíveis de alegria e humor, mantendo sempre um traço comum em um bom trabalho de design de som e cuidadosa investigação das características apresentadas.

Definido como o “manifesto artístico” do Kataklò, "Play" é uma viagem sobre o esporte e seus treinamentos, mostrados com poesia, surpresa e ironia, na fusão surpreendente de dança e ginástica olímpica. A proposta é associar beleza atlética e boa música à dança contemporânea.


Música, iluminação e a própria coreografia são os elementos fortes na estética do Kataklò, mas o que inegavelmente se destaca é a perfeição dos bailarinos/esportistas. Para eles, a vocação olímpica afirma a condição de domínio, rigor e precisão. A dança acrescenta uma roupagem contemporânea, ao mesmo tempo subversiva e sensual, como se estivessem desobrigados de competir e dispostos a celebrar a vida.

A proposta é desfilar várias modalidades esportivas e seus treinamentos. São performances que utilizam artefatos cênicos mais comuns às quadras de esportes: barras, argolas, bicicletas, bolas, traves e raquetes de tênis, como instrumentos de surpresa para o público.


O "Kataklò Athletic Dance Theatre" surgiu em 1995. Deriva do grego e significa “Eu danço dobrando-me e contorcendo-me”. Sediado na cidade italiana de Milão, tinha à frente Giulia Staccioli, campeã olímpica de ginástica rítmica e o marido, Andréa Zorbi, jogador de vôlei, três vezes campeão europeu e duas vezes campeão do mundo. Junto a mais 8 atletas, todos com passagens por importantes competições internacionais e olímpicas, conceberam o primeiro espetáculo, “Indiscipline” em 1996 e sua boa reputação resultou num convite a participar da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Sidney.


Foto e video: Kataklò e Ajad divulgação

sábado, 28 de julho de 2012

(((d-_-b))) Jojo Effect


Uma feliz idéia salvar "Marble Tunes" no Ipod para uma caminhada ao pôr do sol. Esse incrível terceiro trabalho dos alemães da Jojo Effect é um delírio e inevitavelmente levanta o humor e enche de vida qualquer ambiente.
Exuberantes no melhor estilo "Chill-out" e "Nujazz", o disco prima pelos suaves ritmos latinos bem equilibrados na fusão com o Swing Eletrônico.


Jojo Effect foi fundada em novembro de 2005, pelos produtores alemães e multi-instrumentistas Jaycay (Color Blind, Jazz Expo & Joy, Makoma) e Maxim Illion (Club des Belugas), e as duas vocalistas Anne Schnell e Brenda Boykin.


Na Alemanha Anne Schnell também é conhecida por seu trabalho como atriz de TV e modelo. O jazz californiano da senhora Brenda Boykin vem iluminar a banda pois trata-se de uma voz respeitada no cenário musical que já atuou ao lado da Club des Belugas e Al Jarreau, só para citar alguns. Em 2005 ela recebeu o prêmio de melhor vocalista no "Montreux Jazz Festival".


Bacana conhecer toda a obra dos caras para conjurar um largo sorriso no rosto. Além de música de qualidade, o disco "Marble Tunes" conta com as participações de grandes artistas como Bajka e Iain Mackenzie todos com a assinatura do selo "Chinchin Records".



Foto e video: Jojo Effect divulgação

quarta-feira, 11 de julho de 2012

(((d-_-b))) Tomaz Di Cunto ou Simplesmente Toco


Passear pela ilha me proporciona imagens e sensações inexplicáveis e cada vez mais tenho a certeza de que Floripa é uma terra abençoada. Claro que boa música é indispensável. Um dia ensolarado e azul foi a paisagem perfeita para conhecer o som do paulistano Toco.
"Outro Lugar" é o segundo álbum do cantor. Conhecedor e admirador apaixonado pela Bossa Nova, ele absorveu as características das harmonias e com muito estilo lançou um disco belo e contemporâneo. A contribuição excepcional de Roberto Menescal, o maestro, um dos pioneiros da Bossa Nova, foi uma fonte preciosa de inspiração.


Produzido por Stefano Tirone (S-Tone Inc.), o disco foi finalizado em Milão mas a maioria das faixas foram gravadas no Rio de Janeiro, precisamente no estúdio de Menescal com as participações de alguns dos melhores músicos cariocas como o baixista Adriano Giffoni e o pianista Adriano Souza além das vozes das cantoras Rosália de Souza e a francesa Coralie Clément.


Todos esses elementos contribuíram para dar ao álbum o sabor exato que o artista e produtor queria: se inspirar no passado, mas criando um som novo e moderno levemente temperado no melhor estilo "Chill Out", cheio de grooves que perfeitamente se unem aos instrumentos acústicos. Várias músicas do álbum merecem destaque, desde a faixa título "Outro Lugar" que começa suave ao violão evoluindo em clima bossa, a incrível e instigante "Samba Noir" e a ensolarada "Litoral". "Zum Zum", é uma releitura já interpretada pelo grande Edu Lobo que ganha um toque especial destacando a participação de Donatinho, filho de João Donato.

Certamente a canção mais marcante do álbum é "Samba Noir", co-escrita por Stefano Tirone. Um bom exemplo de como a "MPB" cria direções futuras partindo de seu próprio passado. Com "Outro Lugar" Toco afina o coro da boa música brasileira, num álbum que revela pesquisa musical e um preciso equilíbrio entre o clássico e o moderno.



Foto e video: Toco divulgação

terça-feira, 10 de julho de 2012

(((d-_-b))) "Say Yes" Terceiro Trabalho de Iyeoka Okoawo


Americana e filha de nigerianos, a cantora, poetisa e ativista Iyeoka canaliza sua cultura e as influências ancestrais no seu trabalho. Iyeoka em dialeto africano significa "Eu quero ser respeitada".
Começou sua carreira musical, fundando o grupo "The Rock by Funk Tribe", misturando sua poesia com jazz, blues, funk e gospel. Seu primeiro disco "Black and blues" veio em 2004, no selo "Phanai Records" e, em seguida, começou a excursionar e fazer inúmeras aparições em álbuns de outros artistas.


Em 2007, Iyeoka lançou seu segundo álbum de poesia e música “Hum The Bass Line”.  Nesse mesmo ano, a cantora foi convidada para uma releitura de uma das músicas do U2 "Desire" para a compilação “In The Name Of Love: Africa Celebrates U2" onde os artistas africanos celebram a arte da banda Irlandesa. O álbum contou com vários nomes importantes da cena musical Africana como: "Angelique Kidjo", "Les Nubians" e "Vieux Farka Toure". Os lucros foram em benefício ao "The Global Fund".


Decidida em transformar seu som, ela começa a trabalhar com o produtor David Franz para criar músicas mais tradicionais. A nova abordagem traz elementos pop, R&B, dance e hip hop criando uma atmosfera mais eletrônica em sua música.

Em novembro de 2010, Iyeoka lançou seu último trabalho, "Say Yes" com nove músicas e dois poemas. Um belo trabalho onde se percebe a evolução da artista. Mesmo antes do lançamento do álbum, a primeira canção, “The Yellow Brick Road Song” foi apresentada em séries de TV ganhando destaque na rede "HBO".
Iyeoka é uma cantora lírica poderosa de muito talento e uma contadora de histórias onde as palavras ganham força em forma de canção.




Foto e video: Iyeoka divulgação

sábado, 30 de junho de 2012

(((d-_-b))) Melody Gardot


Entre bolhas de sabão numa banheira rodeada de homens bem trajados dançando ao seu redor, o video de "Baby I'm a Fool" é uma bela introdução ao som da cantora americana Melody Gardot. O video traz uma atmosfera vintage, elegante e envolvente mas o que mais importa mesmo é a voz dessa incrível cantora, que descobriu seu talento através da músicoterapia depois de sofrer um grave acidente de carro. Muitas foram as sessões de fisioterapia mas o que sustentou sua recuperação foi a música.


Sua carreira foi motivada pelo seu médico, preocupado com as sequelas do traumatismo craniano sofrido no acidente. Com 19 anos, antes de se acidentar, Melody Gardot já tocava piano em bares mas impossibilitada de chegar perto do piano devido à sua condição, ela começou a compôr na guitarra dedicando-se à música como forma de terapia. Gravou algumas músicas quando ainda estava de cama, incapaz de caminhar. Como resultado, foi lançado o EP "Some Lessons - The Bedroom Sessions", em 2005.


O seu primeiro álbum, "Worrisome Heart", uma continuação do EP, surge numa edição independente em 2006, relançado em 2008 pela "Verve Records". Um disco melancólico mas para os ouvidos mais atentos, a surpreendente sonoridade revela uma promissora e criativa cantora, que ilumina a cena jazzy atual. A faixa título é um bom exemplo disso. Num festival de jazz no Japão, Melody Gardot fez uma releitura impecável de "Worrisome Heart".


O álbum "My One and Only Thrill", seu segundo trabalho, veio em 2009. Aclamado pela crítica, conquista espaço no cenário musical sendo nomeado para 3 "Grammy Awards". Os arranjos de cordas foram assinados por Vince Mendoza e a produção de Larry Klein, ambos conhecidos pelos trabalhos com a cantora Joni Mitchell. A deliciosa releitura do clássico "Over the Rainbow", o clima vintage sofisticado de "Baby I'm a Fool" e à francesa em "Les Etoiles" são os destaques e temperam o álbum.


Melody Gardot descreve o novíssimo "The Absence" como um álbum fortemente influenciado pelas suas viagens ao deserto de Marrocos, aos bares de tango em Buenos Aires, as praias do Brasil e nas ruas de Lisboa. Ela esteve 6 meses em Lisboa no ano passado e encontrou em Alfama o refúgio para escrever e compor.


O disco surpreende pelo tom pop-globalizado criado por Melody e o produtor brasileiro Heitor Pereira (Heitor TP - guitarrista da banda de Mick Hucknal, a "Simply Red"). Fica clara a influência brasileira em um clima bossa, desde os primeiros acordes de "Mira", faixa que abre o disco. Em "The Absence", Melody Gardot esbanja classe e escreve um novo e diferente capítulo em sua carreira.


Foto e video: Melody Gardot divulgação

quarta-feira, 27 de junho de 2012

(((d-_-b))) Aaron Neville a Alma dos Neville Brothers ao Lado de Keith Richards na Blue Note Records


O líder da extinta banda "The Neville Brothers" anuncia sua volta pelo selo "Blue Note Records". O disco, produzido por Keith Richards, é uma coleção de clássicos da era "Doo-wop".
"Aaron Neville é um dos mais expressivos artistas de alma soul de todos os tempos. É uma grande emoção ouvi-lo cantar e uma honra recebê-lo para a "Blue Note Records" e de estar envolvido, junto com o lendário Keith Richards, na produção deste álbum". Disse Don Was presidente da gravadora.

Todas as faixas foram escolhidas a dedo por Neville resgatando sua memória afetiva. "Quando eu era criança, doo-wop era como um remédio para mim", diz o músico. "Eu não me importava o que mais estava acontecendo no mundo, enquanto eu poderia cantar junto com Pookie Hudson and The Spaniels, The Flamingos, The Clovers, Sonny Til and The Orioles, Clyde McPhatter, eu era como uma criança em uma loja de doces."

Um grupo estelar de músicos foram reunidos em estúdio na produção do álbum. Além de Keith Richards na guitarra, Greg Leisz na guitarra (Jeff Beck, Sheryl Crow, Bob Dylan, Ryan Adams), Benmont Tench no órgão (membro fundador de Tom Petty e os Heartbreakers), George G. Receli na bateria (Bob Dylan, James Brown) e Tony Scherr no baixo (Bill Frisell, Norah Jones, Rufus Wainwright).
Keith Richards lança sua luz sobre a atmosfera de estúdio e diz: "Esta foi uma "Dreamsession". A banda veio com tudo e Aaron cantava como um anjo. Foi uma honra!"


No final de Abril, Aaron Neville juntou-se a Paul Simon e Wynton Marsalis no "Jazz at Lincoln Center" para o songbook de Paul Simon. Esta foi uma colaboração única e histórica. Durante a carreira de Neville somando 5 décadas, ele tem mostrado uma capacidade camaleônica de executar, colaborar e contribuir para uma ampla gama de gêneros. Um bom exemplo disso é a brilhante participação dos Neville Brothers na série "Red Hot" celebrando a arte de Cole Porter em "In the still of the night"...


Seu último trabalho foi o álbum "I Know I’ve Been Changed" de 2010, uma celebração de esperança as vítimas do furacão Katrina que devastou sua cidade natal Nova Orleans, destruindo a sua própria casa. O disco não tem um só momento de fraqueza, redundância ou arroubos melosos. É o encontro da liturgia com a elegância, é o gospel filtrado pela saculejante e relaxada New Orleans.



Voltando no tempo, seu primeiro sucesso, “Tell It Like It Is”, foi lançado em 1966. Em 69, lançou “Hercules”, talvez sua faixa mais conhecida, e na década seguinte trabalhou com Allen Toussaint.
Com seus irmãos Art, Charles e Cyril, formou o Neville Brothers. O sucesso veio no álbum "Yellow Moon", aclamado pela crítica e pelo público. Na virada da década de 80 para a de 90, gravou com Linda Ronstadt 3 duetos consecutivos: “Don’t Know Much”, “All My Life” e “When Something Is Wrong with My Baby”, ganhando mais prêmios e reconhecimento. Em 2006 ele lançou um dos seus mais importantes trabalhos, o disco "Bring It On Home - The Soul Classics" interpretando clássicos da Soul music.


"I Know I’ve Been Changed" é seu décimo-quinto álbum, e foi produzido por Joe Henry, responsável por álbuns de Elvis Costello, Allen Touissaint e Rodney Crowell. O músico liberou em seu site oficial as cenas de produção em estúdio.


Foto e video: Aaron Neville divulgação

quinta-feira, 21 de junho de 2012

(((d-_-b))) Norah Jones Abre o Coração em seu Novo Disco


É um verdadeiro fascínio observar Norah Jones cantando serena e concentrada na platéia e perceber as maravilhas que ela faz com os instrumentos que toca. Um talento absurdamente natural.
Em "Little Broken Hearts" assim como o anterior "The Fall", a assinatura jazzy dos primeiros anos se dissolve flertando com o Pop, o Rock e o Folk que é, em parte, consequência de colaborações que a cantora fez fora dos discos de carreira, revelando uma artista antenada e bem relacionada, buscando novas referências.


Há cerca de 3 anos, Norah Jones e seu amigo Brian “Danger Mouse” se encontravam em segredo para trabalhar no projeto que se tornaria "Little Broken Hearts". Os dois tocam praticamente todos os instrumentos do disco com colaborações de outros músicos em apenas algumas faixas. Ela disse que foi a primeira vez que entrou em um estúdio sem qualquer canção minimamente preparada ou imaginada.


"Little Broken Hearts", parte diretamente do final da relação de Norah Jones com o namorado. O disco prima pela delicadeza ao registrar o estado emocional da cantora, obra da produção refinada de Mouse e sua habilidade ao mergulhar nos ressentimentos dela, criando um requintado ambiente musical em tom vintage. O video do primeiro single mostra a artista de um jeito que destoa da habitual meiguice. Em “Happy Pills”, ela surge linda, mas cruel e passional como nunca, jurando que vai tirar esse amor de uma vez por todas da cabeça.


Algumas faixas do disco foram apresentadas no "Live on Letterman" que a cantora disponibilizou em sua página oficial no youtube. "Take it Back" é um dos melhores momentos.


Com muito fôlego criativo e intimamente envolvida com sua música, a multi-instrumentista se mostra versátil, e perceber essa dedicação e os méritos do álbum, tornam sua audição um prazer. “Little Broken Hearts” é repleto de sutilezas e é definitivamente um trabalho para ser saboreado do começo ao fim.


Aos 33 anos, Norah Jones gravou 5 discos, tem 12 prêmios "Grammy" no currículo, e se permite experimentar: tem um grupo country, o "The Little Willies", já gravou e colaborou com grandes artistas e estrelou o filme "Um Beijo Roubado" (My Blueberry Nights) em 2007. Na trilha, a bela canção "The Story".




Foto e video: Norah Jones divulgação